A respiração é um ato vital, todos sabemos disso, e o nariz é o órgão perfeito para esta função pois ele aquece e filtra o ar antes de ir para os pulmões. Como não podemos sobreviver sem respirar, quando qualquer coisa acontece com nosso nariz, o ar não deixa de ir para os pulmões porque a boca faz isso por ele.
Acontece que a boca tem outras funções para exercer, porém estando constantemente aberta para entrada de ar, a fala, a mastigação e a deglutição ficam alteradas, os dentes que deveriam estar entre os lábios e a língua, equilibrados entre eles, sofrem ação da língua que os empurra para fora.
Além disso, durante a fase de crescimento, o ar que entra pelo nariz, estimula o crescimento dos ossos da parte média da face, se isso não acontece, o céu da boca se torna estreito, e os dentes da arcada superior não encaixam nos da arcada inferior corretamente.
A língua, que deveria repousar encostando no céu da boca, posiciona-se de maneira baixa e flácida, alargando a arcada inferior e causando o que chamamos de mordida cruzada. Além disso, quando o céu da boca é estreito, os dentes de trás não preenchem corretamente as laterais do sorriso, formando um sorriso estreito também.
A face de uma criança que respira pela boca também tem características típicas: olhinhos caídos, olheiras, nariz afilado, lábios entreabertos. Normalmente, crianças que respiram pela boca roncam à noite, o sono não é tranquilo e reparador, o que torna a criança sonolenta durante o dia e causa muitas vezes déficit de atenção.
Respiradores bucais são também mais propensos a doenças respiratórias, já que o ar não passa por uma preparação prévia como quando entra pelo nariz. A respiração bucal é um dos hábitos mais prejudiciais na infância, se não tratado pode trazer consequências futuras, por isso é muito importante que seja detectado e tratado o quanto mais precocemente possível.
O ortodontista é um dos profissionais que pode ajudar tanto na detecção quanto no tratamento das consequências bucais causadas por este hábito, além dele, estarão envolvidos neste tratamento o otorrinolaringologista e o fonoaudiólogo.